As 39 semanas, fui fazer um CTG ao hospital para ver se o bebé dava sinais de querer nascer, mas o maroto ficava adormecido e sem vontade nenhuma de querer sair.
Chegaram as 40 semanas e de novo fui ao hospital fazer o CTG, aconteceu a mesma situação que a semana anterior, e eu já estava a pensar que iría ficar nesse dia no hospital, mas segundo as politicas do mesmo, só se pode ficar de vez as 41 semanas. Lá fui eu para casa novamente com a ansiedade de se algum desses dias iria a rebentar o saco, mas nada aconteceu. Até que chegou a semana seguinte no dia antes de cumprir as 41 semanas, fui fazer novamente um CTG... Ele continuava sem vontade de sair, mas como já estava fora do tempo a minha médica decidiu fazer-me uma ecografia para ver o que se passava. A minha placenta estava ficando calcificada, literalmente estava envelhecida e não estaba a alimentar mais o meu bebé, sendo esse um grande risco, lá me deixaram para ser induzida.
Colocaram-me no quarto das induções e lembro vir um doctor mais uma enfermeira a dizer "vou-lhe fazer uma maldade", já fiquei logo "Ai meu Deus!". Veio ele com a mão e pelo que me lembro disse que iría permeabilizar o colo do útero, só sei que senti a mão dele nas costas!. Depois disso, introduziu umas fitinhas lá no colo que são as que têm as hormonas que iriam produzir a indução do parto.
Quando entrei eram as 11h da manhã, a partir do meio dia comecei a sentir contracções, era practicamente uma hora na máquina do CTG para ver a evolução das contracções e 1 hora andando no corredor do hospital para ajudar na dilatação.
A tarde foi passando e cada vez fui sentindo mais fortes as contracções. Até que me viram ver e já tinha 1cm de dilatação.
As 20h era a última hora do dia em que podiam estar as visitas, só sei que quando meu esposo foi embora senti uma tristeza tão grande, porque não é fácil ficar lá assim. Mas, depois, veio uma enfermeira que me fez sentir melhor dizendo "és mulher!, tens que ser forte!". E a melhor noticia foi que já tinha 2cm de dilatação. A minha médica colocou-me uma injecção de algo que iria ajudar-me a dilatar mais rápido. A sensação de tal injecção foi boa, aliviou-me a dor e deixou-me aluada lol!.
Quando passou o efeito da injecção lá começou mais forte a dor. Já era quase meia noite, quando não parava de chamar o enfermeiro a queixar-me pela dor. Foi então que me disse para ir tomar um banho de água quente, sentar-me numa bola de ioga e ir fazendo movimentos giratórios. Admito que, aliviou-me muito. Quando saí de lá, a dor ainda ficou pior!. Parece que o que "aliviaba" no momento ajudava era a acelerar a dilatação.
Fui vista de novo e já tinha 3 cm de dilatação, tiraram-me as fitas da indução e fui levada a sala de partos, onde finalmente colocaram-me a epidural. Que sensação de alivio!!. 5 minutos após já não sentia nada.
Colocaram-me imensos aparelhos ligados a mim, o CTG, a epidural, o tensiometro, o soro, um aparelho para medir as pulsações... E lá me deixaram durante a madrugada para ver como ia evoluindo.
As 02h da manhã alguma das máquinas começou a apitar algo, lembro-me de vir a enfermeira ver e sair a correr a chamar o medico de serviço. Quando veio viu que as pulsações do bebé estavam a baixar e teve que me arrebentar o saco com uma agulha enorme, para poder adiantar o parto. As pulsações regularam e lá fiquei até as 7h da manhá sozinha.
Admito que não consegui dormir, sentia frio e a cada meia hora o aparelho media-me a tensão automáticamente.
As 7h da manhã do dia a seguir, entrou um enfermeiro parteiro, que me disse já ter a dilatação completa. Foi então que me aconselhou que fizesse força quando sentisse a vontade. Mas, na verdade, nunca senti vontade porque a epidural não deixa sentir mesmo nada.
Lá fui eu puxando e puxando ao calhas, até via o momento que vinha a contracção no aparelho para fazer a força, e la demorei quase 1 hora a fazer força. A doctora dizia que provavelmente teria de meter o fórceps para retirar o bebé e já me tinha feito o corte da episiotomia, entretanto não sei que força me deu, que comecei a puxar e lá veio o meu bebé!.
Só vi o pezinho ao sair e depois colocaram-me no peito todo nú. Nunca me esqueço desse primeiro olhar. Sinceramente tudo o que passamos é esquecido nesse momento único!.
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